A Portuguesa e o Playstation


Tomaz Fantin

Depois da posse do Lula voamos para uns dias de paz em São Paulo.
Janeiro, chuva, museus vazios e acomodações mais baratas.
A pauliceia bem menos desvairada.
Assim como no Rio, em Sampa tenho dois times. Lá, Madureira e América, aqui, Juventus e Portuguesa.
E assim começou a odisseia à procura de uma camiseta da Lusa ou do Moleque Travesso. Fomos na 25 de Março, nos camelôs, lojas especializadas e até no museu do futebol:
- Moço, tem camiseta da Portuguesa?
- Tem, só a nova, com a velha nem trabalhamos mais.
- Ótimo.
- Aqui está.
- É Portuguesa, não Portugal.
- Ahh...Não tem.
- E a do Juventus?
- Tem a do Cristiano Ronaldo.
- É Juventus da Mooca, daqui de São Paulo.
Ele arregalou os olhos:
- São Paulo? São Paulo tem.
- Juventus de São Paulo.
- Nem sabia que existia esse time.
Fomos ao estádio da Portuguesa, o Canindé, e nos sugeriram comprar pela Internet.
Desistimos.
Na era do futebol moderno é fácil encontrar camisetas da terceira divisão do futebol belga, mas difícil lembrar que existem os clubes de bairro, das pequenas cidades, das escolas e dos potreiros.
No último dia resolvemos visitar o Museu da Imigração, lá na Mooca, e acabei encontrando uma regata do Juventus paulistano.
Foi melhor que vencer a Champions League, jogando FIFA, com a Juventus de Turim.

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Tomaz Fantin

E-mail: tomazfs@yahoo.com.br

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